Um Niemeyer É Sempre Um Niemeyer
A Niemeyer Is Always A Niemeyer

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Niemeyer, sempre

A 5 de dezembro próximo passam dez anos sobre a morte, em vésperas de completar 105 anos, de um genial arquiteto e grande figura humana: Oscar Niemeyer. O que é lembrado por Carlos Oliveira Santos (COS) logo a abrir a introdução ao belo volume, a chegar às livrarias, Um Niemeyer é sempre um Niemeyer.
Volume que incluindo o que se pode considerar uma 3ª edição do seu O nosso Niemeyer, é fundamentalmente um livro novo, pelo muito que tem de diferente e lhe acrescenta.

O nosso Niemeyer saiu em 2001 e conta a história do projeto (de 1966) do famoso arquiteto brasileiro para um hotel, auditório e casino na Madeira – Casino Park Hotel –, que felizmente havia de se concretizar, com inauguração em 1976. Niemeyer teve a colaboração de um também importante arquiteto português, escolhido por si, Viana de Lima (com obra relevante em Portugal e no estrangeiro como consultor da Unesco e da Fundação Gulbenkian), sendo a arquitetura de interiores de Daciano da Costa. Mas o livro de COS, profusa e competentemente ilustrado, além de contar muito bem aquela história constitui uma homenagem a toda a obra do “arquiteto de Brasília”.

Meia dúzia de anos depois, em 2007, no centenário do nascimento, sendo o volume também a referida homenagem, teve uma nova edição. Aliás, COS, que como ninguém tem promovido o (re)conhecimento em Portugal da obra e da ‘personagem’ do arquiteto, logo em 2009 deu a lume um novo belo livro-álbum, intitulado Ollhar / Look at Niemeyer. Nele se reúnem as melhores fotografias dos mais importantes trabalhos do arquiteto, a partir de uma feliz ideia de COS: um concurso internacional de fotos da obra de Niemeyer, ao qual se apresentaram cerca de 1100 ‘imagens’ de fotógrafos de 11 países.

E então chegamos a este magnífico Um Niemeyer é sempre um Niemeyer, em que entre o inteiramente novo se destacam: o “Poema visual à obra de Oscar Niemeyer”, da autoria de mais um célebre arquiteto, Santiago Calatrava – 17 desenhos a cores, de página, cada um com uma espécie de “legenda”, que vai de “domínio do plástico e do corpóreo” a “uma calma que nos faz sentir a beleza do ser humano transformada em arquitetura viva”; “Memórias” de Paulo Niemeyer, bisneto de Oscar, que com ele trabalhou e foi das pessoas que mais o acompanhou na fase final da sua vida, do que no livro dá expressivo testemunho.

Além disso, nos próprios textos de Carlos Oliveira Santos – doutorado em Ciência Política, docente universitário, durante anos colaborador
permanente do JL – há “incorporação do que resultou do estudo do acervo do arqº Viana de Lima”, “disponibilizado gradualmente para consulta pública entre 2006 e 2019”. O livro é bilingue, português/inglês, e entre outras coisas tem o Niemeyer desenhado por Álvaro Siza que aqui se reprodu