Caríssimos,

Sinto não estar presente em corpo para comemorar o nascimento do mais novo livro de Carlos Oliveira Santos. É uma honra enorme ter minha fotografia “O último retrato de Oscar Niemeyer” estampada na obra de arte bilíngue “Um Niemeyer é sempre um Niemeyer”. Deixo aqui expressa minha gratidão ao Carlos, pelo convite para participar com meu trabalho, e ao Luis Manuel Dias por ter-nos apresentado.

A fotografia “O último retrato de Oscar Niemeyer” foi realizada quatro meses antes de seu falecimento, quando ele já não estava mais disponível para ser fotografado. Foi através do Kadu Niemeyer – neto do Oscar – que consegui uma visita na tentativa de convencê-lo a fazer o retrato. Foi um trabalho desafiador porque estávamos em um quarto pequeno, sem luz natural e sem recuo para o equipamento de luz que eu havia levado. Persuadí-lo não foi problema.

Não podemos esquecer – seriedade à parte – que ele era um amante das curvas.

Ainda que os cento e quatro anos vividos estivessem pesando sobre ele naquele momento, vontade de produzir não lhe faltava. “Tenho fome de trabalho”, me disse ele, em meio as poucas frases ditas. O quarto era escuro, mas ele era pura luz. Brilhou aqui, e hoje certamente brilha em algum lugar que desconhecemos.

Termino parabenizando os demais envolvidos no projeto e desejando uma noite espetacular.

Forte abraço daqui do Rio,

Paula